Nova Cartografia Social Da Amazônia

Pesquisadores na comunidade Nova Esperança Kokama do ramal do Brasileirinho, na cidade de Manaus-AM


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Os pesquisadores Glademir Sales dos Santos e Altaci Correa Rubim estiveram na comunidade Nova Esperança, do povo Kokama, localizada no Bairro Puraquequara II, no ramal do Brasileirinho, km-8, ramal-08. O objetivo da visita foi conversar sobre a atualização do mapa situacional das comunidades e associações indígenas de Manaus e no entorno. As lideranças desta comunidade apresentaram seus projetos de vida, acentuando a importância da horta comunitária e o programa de revitalização da língua Kokama, no processo de autodefinição.

Na comunidade há um projeto em plena atividade, que é a “roça comunitária”, com vários tipos de plantio, tais como horta, mandioca, macaxeira, cará, jerimum e outros. O resultado de todas essas atividades, sobretudo a autonomia na gestão da relação com os recursos naturais, é fruto de muito trabalho das lideranças e de toda a comunidade, que espera ansiosamente conseguir regularizar sua terra para ter sua escola.

Em 3 de dezembro de 2005 as reuniões e assembléias Kokama eram feitas no sítio Nova Esperança, no ramal do Brasileirinho, km-8. Em junho de 2012, após muitos conflitos, a comunidade Nova Esperança Kokama mudou-se para uma terra nova, doada por seu Júlio Kokama, no mesmo ramal. Nesse sentido, o povo Kokama do ramal do Brasileirinho e do entorno passaram a se reorganizar em torno dos aspectos da sua identidade, a partir da sua relação com os recursos naturais e com seus critérios culturais. O resultado disso foi o fortalecimento da Associação dos índios Kokama residentes em Manaus-AM, com 80 famílias associadas, totalizando 280 Kokama, incluindo famílias que residem no entorno da comunidade. Apesar de estar há pouco tempo nesse local, o povo Kokama conseguiu organizar a associação, construir um poço artesiano dentro da comunidade. Atualmente, avança na educação diferenciada, com o processo de elaboração de livros didáticos para a escola da comunidade “Atawanã Kwaratxi Kokama”, com o título JAWATI TININ I, II e II (Jabuti Branco).

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A escola indígena diferenciada funciona com 46 alunos, os quais estudam no barracão da comunidade, distribuídos nos turnos matutino e noturno. A educação diferenciada tem uma estreita relação com a arte Kokama, de forma que produz e vende camisas, sandálias, canecas, como estratégia de fortalecimento da sua cultura, para continuar os trabalhos da organização da comunidade e da escola. Para este fim, as lideranças confeccionam “selo” Kokama, como marca dos produtos Kokama, que, futuramente, estarão disponíveis para comercialização.

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