Nova Cartografia Social Da Amazônia

Reencontro no Assentamento Nova Vitória para o Lançamento do Fascículo 13 Assentados e Acampados Rondon PA.


1

As expectativas dos assentados e acampados do município de Rondon do Pará, em relação ao lançamento do Fascículo 13 Assentados e Acampados Rondon PA, foram concretizadas no dia 13 de fevereiro de 2015, na igreja católica, do assentamento Nova Vitória. Neste reencontro estiveram presentes 41 pessoas, incluindo 12 crianças que estudam na escola do assentamento.

No município, o convite foi estendido à Prefeitura, Câmara Municipal, Secretária de Educação, Secretaria de Meio Ambiente e Sindicatos. No evento estiveram presentes os vereadores Valmir Alves do Santos e Alberto Nogueira do Santos. Como representantes dos assentados, marcaram presença o senhor Eduardo Pereira Silva, a professora Edinalva dos Santos Lopes e o pastor da Igreja Evangélica Valdeci Pereira dos Santos.

2

 

No lançamento foi projetado o vídeo contendo as fotografias da oficina de mapas de junho de 2013. Nas paredes foram expostas algumas dessas fotografias. O ponto central foi a leitura comentada do fascículo, que suscitou uma reatualização do debate sobre os problemas dos assentamentos.

3

 

O senhor Eduardo Pereira falou de uma “crise” dos assentamentos na realização da agricultura familiar, que têm dificuldades para o autoconsumo. Acrescentou os limites para a produção e comercialização de alimentos, sobretudo pelas condições intrafegáveis das estradas e pela falta de transporte.

A professora Edinalva dos Santos Lopes, que também é agricultora, fez observações sobre a falta de crédito, de maquinários para arar a terra. Um dado importante é que o assentamento Nova Vitória produz 54 mil litros de leite por mês, transportado por caminhões de atravessadores que contratam essa produção. Os preços da mandioca, do mel e do limão vendidos  na cidade de Rondon do Pará não compensam o trabalho, afirmaram os assentados.

A professora Edinalva, que lecionou no PA José Dutra e atualmente no PA Nova Vitória, fez a leitura da página 09 e 10 do fascículo que trata da Educação e as condições físicas da escola, concordando com a descrição feita. A Educação nos assentamentos é de péssima qualidade.

O senhor Silva Gonçalo Alencar, que tomou a responsabilidade de distribuir os convites do lançamento nas casas dos assentamentos, fez uma intervenção para conclamar a união dos assentados, e dessa forma chamar a atenção e pressionar as autoridades municipais para os graves problemas que vivenciam. A queixa feita foi da ausência das autoridades: prefeito, vereadores, secretários e superintendentes do INCRA, para dialogar e buscar soluções para os problemas.

O senhor Eduardo Pereira Silva, ex-presidente da Associação dos Agricultores do Assentamento Nova Vitória, sindicalista e membro do Partido dos Trabalhadores, comentou a fala do superintendente do INCRA, que no ato de sua nomeação disse que visitaria todos os assentamentos para conhecer e resolver os problemas destes. Na opinião do senhor Eduardo, o mais importante é que os assentados querem ser de fato agricultores familiares, que produzem o seu próprio alimento e deixar de adquirir alimentos da cidade.

No diálogo com as autoridades locais, os assentados insistiram em ações que venham a resolver as dificuldades vivenciadas. Os vereadores receberam um conjunto de fascículos para distribuir e comentar na Câmara Municipal e se comprometeram a levar o governo itinerante da prefeitura para o assentamento em tempo breve.

Por fim, foi debatida uma agenda de divulgação do fascículo em nível local, regional, nacional e internacional. Apontou-se a importância de fazer chegar exemplares desse material às seguintes entidades: Congresso Nacional, Ministérios (Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Meio Ambiente, Ministério de Agricultura: pecuária e abastecimento, Ministério do Planejamento e Gestão) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

4

 

Os assentados manifestaram satisfação com o trabalho realizado no projeto Mapeamento Social como Instrumento de Gestão Territorial contra o Desmatamento e a Devastação: processo de capacitação de povos e comunidades tradicionais.

Artigo anteriorLançamento do caderno Nova Cartografia Social 1 - Resistência e Mobilização dos Povos Indígenas do Baixo Tapajós Próximo artigoConvite para o lançamento do fascículo 14 - Quilombolas do Rio Mutuacá e seus afluentes